Quando a gente fala de rotina de trabalho, geralmente já pensa em estresse, pressão, cobrança por resultados e prazos apertados. São situações que causam esgotamento no profissional, o conhecido burnout. O que pouca gente sabe é que existe uma outra síndrome que também afeta os ambientes organizacionais — o boreout.
É quando o trabalho se torna tedioso e você não vê sentido em levantar cedo e se dirigir para a empresa todos os dias. É um cenário de total desmotivação, o que traz consequências ruins não só para a vida profissional mas também para a saúde e psicológico do indivíduo.
Quer entender o que é o boreout, os sintomas e por que ele pode afetar o trabalho? Acompanhe nosso post e veja também dicas para superar o problema!
O que é boreout?
O boreout é um termo derivado da palavra em inglês bored, que significa entediado. Então, quando se fala de síndrome de boreout no trabalho estamos nos referindo a um funcionário sem estímulo para exercer o seu ofício.
É claro que não se trata do tédio que pode acometer qualquer um de vez em quando — é algo duradouro com o qual a pessoa fica desinteressada, não gosta do ambiente nem do que faz. Assim, ela se desloca todo dia até a empresa simplesmente porque precisa trabalhar e não para dar o seu melhor e obter bons resultados.
É comum ao colaborador que sofre com o problema fingir que está realizando suas atividades, simulando, por exemplo, que leva trabalho para a casa. Pode ainda esconder-se em reuniões intermináveis para não ter que desempenhar suas funções. Tudo isso para manter a estabilidade no emprego.
Para a empresa, o problema afeta a produtividade em geral e todo o ambiente organizacional. Para o colaborador, além de ser bastante negativo para a carreira, a síndrome de boreout pode trazer graves consequências para a saúde, como ansiedade e depressão.
Por que ele afeta os trabalhadores?
Não existe uma causa definida para esse problema, porém ele pode ser decorrente de:
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trabalho repetitivo e monótono;
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falta de reconhecimento da empresa;
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cultura organizacional que não estimula o crescimento do colaborador;
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subutilização do potencial do colaborador com funções que exigem muito menos do que ele é capaz de executar;
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apatia do próprio trabalhador, que não se identifica com a empresa ou função.
O boreout pode ser ainda mais perigoso para o profissional que tem a função de liderança, ou seja, comanda uma equipe, pois a situação pode influenciar todo o setor da empresa — que fica desmotivado e acaba reduzindo seu desempenho.
Também traz consequências ruins para aquele colaborador que lida diretamente com o cliente, pois ele pode transmitir uma imagem ruim da empresa com sua postura profissional, atrapalhando em cheio os negócios.
Quais os sintomas desse quadro?
O boreout começa de forma silenciosa — como uma simples preguiça e insatisfação para trabalhar — e pode demorar um tempo para que o profissional identifique que está sofrendo com a síndrome.
Quer saber como identificar essa situação? Veja a seguir alguns sintomas:
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produtividade reduzida;
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morosidade para a realização de pequenas tarefas;
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tendência ao isolamento;
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ausência de perspectivas profissionais;
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realização do mínimo necessário, somente para não perder o emprego;
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sensação de constante aborrecimento e preguiça no ambiente organizacional;
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ansiedade para que o dia de trabalho acabe logo;
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falta de iniciativa em projetos da empresa;
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dedicação, de forma discreta, a assuntos pessoais na maior parte do tempo de trabalho;
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falta de envolvimento em atividades mais desafiantes;
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indiferença em relação aos resultados corporativos.
Como superar o problema?
Não dá para viver “empurrando o trabalho com a barriga” por muito tempo, pois, além de ser bastante ruim para a empresa como um todo, pode acabar com a saúde, carreira e vida pessoal do trabalhador.
A questão é que, muitas vezes, o próprio profissional não percebe que está nessa situação e, assim, não toma uma atitude para voltar a ter ânimo e ser produtivo no trabalho. Mas é possível dar a volta por cima com os seguintes passos:
Elabore um plano de carreira
Se você não vê sentido nas atividades que executa, pode estar desorientado com a sua profissão. Por isso, é importante elaborar um plano de carreira, que será um verdadeiro guia para você seguir e ter satisfação no trabalho.
Para isso, o primeiro ponto é pensar em suas potencialidades e fraquezas para saber o que precisa ser aprimorado. É importante também traçar metas realizáveis e com um prazo determinado para que você dirija seus esforços em busca de resultados profissionais.
Será que sua falta de ânimo é porque você sente que não tem todas as qualidades que o cargo exige? Ou porque sonha em trabalhar em outra empresa? O que você precisa buscar para melhorar esse cenário? Com isso claro, fica mais fácil correr atrás de seus objetivos e voltar a ser feliz no trabalho.
Busque cursos de qualificação
Será que você não está estagnado na sua profissão? Muitas vezes, é preciso dar uma guinada com novos cursos de qualificação e atualização. Você já pensou, por exemplo, em fazer uma pós-graduação, como uma especialização ou MBA?
É uma oportunidade para aprender novas habilidades, ficar por dentro das tendências de sua área e conviver com outros profissionais, o que, certamente, trará um estímulo para sua carreira.
Procure trabalhar em equipe
No boreout, o colaborador tende ao isolamento, por isso se esforce para trabalhar em equipe. É uma oportunidade para se espelhar no trabalho de outros profissionais, sentir-se estimulado e desafiado, ou seja, um incentivo para tentar reverter a situação.
Reflita se você está na função correta
Por fim, reflita se o cargo é realmente para você. É claro que o mercado de trabalho está concorrido, mas há momentos em que é preciso buscar outras oportunidades. Nessa hora, fazer cursos de capacitação pode ser de grande ajuda para a recolocação profissional.
O boreout acarreta muito mais do que tédio no trabalho — pode comprometer, a longo prazo, a saúde e o futuro da carreira do profissional. Dessa maneira, é importante identificar o problema e buscar, o quanto antes, formas de superá-lo.
Você já tinha ouvido falar dessa síndrome? Compartilhe este post em suas redes sociais para que seus colegas de trabalho também conheçam esse problema!